Vítor Paiva




Sussurros de Chopin. Pétalas de rosa. Aroma de chá. Brancura de linho. A beleza estonteante de uma freira. A inteligência de uma madre. Recordações de uma criança fascinada pelo universo de Diamantina Negrão.

Vítor Paiva relembra os tempos felizes em que frequentava a casa de Diamantina. Fala dos lanches em que as freiras serviam gelados e das tardes em que tiravam roupas de baús e se mascaravam.
No dia em que um pintor visita Diamantina, a tarde torna-se especial. A alma de artista de Diamantina floresce. Trocam-se pinceladas em francês inteligente. Do piano eleva-se um Chopin sussurrado. Depois do chá, há pétalas de rosa para lavar as mãos. Toalhas de linho branco. A beleza da irmã Carmela. Inteligência de Diamantina Negrão. Recordações alegres num passado triste.

Albufeira

“Albufeira é o único lugar que eu conheço que tem o poder de fascinar e apreender a imaginação de alguns de nós. É um lugar por onde passaram muitos artistas e escritores. Nos anos 70 era um lugar exclusivo e muito especial, totalmente diferente do resto do país. Este foi o lugar que mais me influenciou na minha arte.“ Rosário Teixeira.


Na entrevista que fiz a Diamantina Negrão, destaco com especial carinho este excerto: “Eu nunca escrevi, nos 26 anos que andei fora daqui da minha terra, eu nunca escrevi uma palavra. Só aqui é que eu escrevi. Antes do Convento acabar, depois que o Convento acabou, voltei novamente e voltei a escrever. Só aqui é que eu escrevi. E só aqui é que eu sinto que estou em contacto com o universo.”