Cântico para uma mulher forte

Ela disse: "Há qualquer coisa intrinsecamente no nosso interior, tão forte, tão forte, que não pode ser destruída".

Hoje seria o seu aniversário.

Chamava-se Diamantina Negrão. Teria existido realmente? Existiria se não tivesse deixado um rasto de palavras e cores?

Ela disse: "Cada um de nós é uma fortuna enorme, e temos dentro de nós a maior das fortunas do mundo, que é pensar, andar, galgar mundos mesmo dentro de casa. (...) E as pessoas não dão conta."

Tentaram calá-la. Ela resistiu.  

Ela disse: "Nós somos uma riqueza fantástica... Nós próprios poderíamos dar um rendimento enorme, em todos os aspectos ... mas estamos a encostar o corpo à parede, não somos para muito trabalho nem para muita pesquisa... Estou convencida que as pessoas não têm culpa. A gente sonha aquilo que nos vem de dentro. Parece que nos passam com uma bandeja umas certas profundidades da vida, riquezas imensas que a vida tem, e que a gente vai palpando no nosso silêncio de todos os dias."

Ela gritou e pediu que escutássemos os ecos do seu pensamento.

Para ela, este cântico.



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