Um coração maior do que o mundo


"Fui colega de Diamantina no Barreiro. Era uma mulher inconformada, sempre sem dinheiro, com um coração maior do que o mundo. Tanto nos recebia de braços abertos, como não nos recebia, simplesmente. Fiz parte de um grupo de professores que convidava para o seu "convento" da Orada porque, nessa altura não ganhávamos nas férias. Visitei-a várias vezes em anos seguintes quando ia de férias para o Algarve.

Só confiava nos seus bichos porque talvez só eles a amassem e aceitassem sem reservas nem tabus. Não sabia dela há anos. Tenho alguns objectos que me ofereceu e guardo ciosamente. Acredito que Deus a recebeu com justiça porque muito amou e muito sofreu.

Ficou a saudade e a alegria de saber que o seu nome não foi esquecido na sua terra que tantas vezes a maltratou".

Lenita

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